No início do semestre letivo na disciplina Estruturas de Madeira o Prof. Tadeu apresenta aos alunos a oportunidade de realizarem o trabalho de construção de treliças de macarrão aplicando os conceitos abordados na disciplina. A escolha é dos estudantes, que desde a primeira edição (2007-2) tem optado pela realização deste trabalho.
Antes do início dos projetos e construção das treliças definitivas o professor da disciplina realiza uma aula prática com os estudantes para demonstração de técnicas para o manuseio do macarrão tipo espaguete utilizado nos trabalhos. Durante está aula os estudantes são estimulados a realizarem diversos testes com o material recomendado para o trabalho.
Um dos testes realizados é o teste de moldagem do macarrão. É comum, no projeto teórico, que os estudantes imaginem estruturas com formatos em curva, e portanto, os mesmos tentam imprimir curvaturas às barras de macarrão. Ainda não se conseguiu uma técnica segura que ofereça oportunidade para tal modelagem. Testes de umedecimento com posterior secagem já foram feitos, mas os resultados não são satisfatórios. A do macarrão imersão em água altera suas características de dureza e rigidez tornando-o frágil e quebradiço após o umedecimento. Os testes de modelagem com umedecimento já foram feitos com água quente e fria. A água quente acelera o amolecimento do macarrão, mas altera as condições de resistência da mesma forma.
Figura 1 - Teste de modelagem do macarrão com umedecimento.
Os estudantes também realizam testes de colagem com diversos tipos de colas. Ao final sempre concluem que a melhor opção é a utilização de cola do tipo Epoxi, como por exemplo, a ARAUDITE. Esse tipo de cola é encontrado no mercado com diversos tipos de catalisadores que oferecem tempos de secagem diferentes. O mais recomendado para se conseguir melhor resultado é o tipo que requer 24 horas para secagem, todavia, o elevado tempo de secagem torna a tarefa de colagem das inúmeras barras inviável. Por esse motivo são utilizadas com mais frequência as colas com tempos de secagem de 10 e 2 minutos. A massa Epoxi (exemplo: DUREPOX) apresenta dificuldade para colagem, além de ter um efeito estético muito ruim. Principalmente por esse último motivo os estudantes geralmente a descartam e os que decidem por esse tipo de cola não obtém bons resultados. As colas à base de água (exemplo: cola de papel ou de isopor) devem ser evitadas porque tornam o macarrão quebradiço. Outro tipo de cola que já foi testado é a cola quente com aplicação por pistola elétrica. Este tipo de cola apresenta resultado estético pior do que aquele conseguido com as massas Epoxi além de dificultar o processo de colagem e ainda apresenta um péssimo resultado no que diz respeito à fixação das barras. As colas de secagem ultrarrápida (exemplo: Super Bonder) não são recomendadas porque ressecam o macarrão deixando-o quebradiço. No entanto, devido ao reduzido tempo de fixação, está pode ser utilizada em pequena quantidade para fixação das barras na posição de colagem e em seguida uma quantidade maior de cola Epoxi é aplicada por cima.
Figura 2 - Testes de colagem com diversos tipos de colas.
Após realizações dos testes os estudantes passam à fase de projeto, onde idealizam formas para as estruturas. No primeiro momento os esboços são feitos à mão livre e posteriormente são transferidos para um papel-gabarito utilizando um escalímetro ou régua para dar as dimensões exatas requeridas pelo projeto. As barras de macarrão que estarão sujeitas à tração ou compressão são milimetricamente medidas entes do corte.
Figura 3 - Projeto e desenho das estruturas.
A etapa mais difícil enfrentada pelos estudantes é a fixação das primeiras barras da treliça. Em alguns casos essa tarefa é realizado por 4 ou mais mãos. Isso devido ao tempo de secagem das colas utilizadas. Por exemplo, o estudante que decide utilizar uma cola Epoxi de 10 minutos precisa manter a barra na posição com auxilia das mãos por pelo menos 1o minutos. É nesta hora que a cola de secagem ultrarrápida é útil.
Figura 4 - Fixação das primeiras barras.
A recomendação para construção da treliça é que as faces laterais sejam construídas separadamente utilizado um local plano para apoio. Nesta etapa o papel-gabarito é bastante útil para que as duas faces sejam exatamente idênticas. Depois de construídas as faces fica mais fácil a colagem das barras interiores que definem a largura da estrutura e conferem resistência à mesma.
Figura 5 - Alguns protótipos feitos pelos estudantes durante os testes na sala de aula.
Na Figura 6 são mostradas imagens dos estudantes trabalhando com os diversos materiais na sala de aula. Pode ser observado o uso de estilete para o corte de macarrão.
Figura 6 - Imagens das atividades desenvolvidas pelos estudantes na sala de aula.